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Do Lado de Lá do Rio: Projeto de Ensino Ágora realiza roda de conversa com atingidos pelas UHEs Teles Pires e São Manoel

Publicado por: Campus Alta Floresta / 21 de Maio de 2018 às 14:12

No dia 10 de maio aconteceu no Instituto Federal de Mato Grosso - Campus Alta Floresta, a Roda de Conversa do “Lado de Lá do Rio”, com atingidos pelas Usinas Hidrelétricas construídas no rio Teles Pires: Sinop, Colíder, Teles Pires e São Manoel. A iniciativa é do Projeto de Ensino Ágora, das áreas de Filosofia e Sociologia, sob coordenação das docentes Fernanda Silva e Maria Oséia Bier. A atividade contou com a participação e parceria do Fórum Teles Pires e do Movimento dos Atingidos por Barragem (MAB) e teve o apoio da Propes/IFMT, que financia o projeto de pesquisa “O povo Apiaká do norte de Mato Grosso diante dos projetos desenvolvimentistas governamentais”, apresentado na atividade, e desenvolvido pelos docentes Igor de Lima e Silva e Fernanda Silva, com a bolsista Daniela de Souza Tavares, do 3ºB do curso Técnico em Agropecuária Integrado ao Nível Médio. A Roda de conversa foi propiciada a estudantes dos terceiros anos dos cursos Técnicos em Administração e Agropecuária Integrados ao Nível Médio.
O evento foi iniciado com uma dinâmica pensada pelo MAB em conjunto com um grupo de estudantes que auxiliaram na organização do evento, trazendo elementos relativos aos impactos causados pelas hidrelétricas, tanto para os que foram diretamente quanto indiretamente atingidos. Após a dinâmica houve a apresentação do evento, com o intuito de justificar os assuntos a serem abordados e suas relações com os temas do currículo escolar trabalhados pelas disciplinas de Filosofia, Sociologia e História, além da apresentação do Projeto de Pesquisa acima citado. O MAB apresentou informações técnicas a respeito do setor energético e um pouco da realidade dos atingidos pelas barragens do rio Teles Pires, trazendo os impactos vivenciados pelas comunidades dos assentamentos rurais.
Os integrantes do Fórum Teles Pires esclareceram a respeito do trabalho realizado com os povos indígenas Apiaká, Kayabi e Munduruku do rio Teles Pires, desde 2010, em defesa de seus direitos e das denúncias das violações aos seus direitos. Na sequência, Darlisson Apiaká, liderança indígena, estudante de Engenharia Florestal na UNEMAT, compartilhou suas experiências e de seu povo com relação aos impactos que vêm sofrendo desde a construção das usinas Teles Pires e São Manoel, principalmente. Relatou as mudanças a que os Apiaká e as demais comunidades do rio Teles Pires se veem obrigadas a suportar em diversas áreas da vida, relatou que a água do rio se tornou imprópria para o consumo e os peixes escassos. A última parte da roda de conversa teve diversas perguntas feitas pelos discentes, momento em que os convidados puderam esclarecer dúvidas e dialogar.
Um evento como este é considerado de grande importância, pois traz elementos e informações daqueles que vivem do “Lado de Lá do Rio” e que vivenciam dificuldades que nem sempre são percebidas por aqueles que estão do “Lado de Cá”, isto é, nos centros urbanos, mais distante das construções de grandes obras como usinas hidrelétricas. Há situações de impactos omitidas ou pouco informadas pelos grandes meios de comunicação e que são geralmente ignoradas pela maioria da população urbana. Por essas razões, as instituições e movimentos sociais apoiadoras de povos e pessoas que tem seus direitos violados, são de extrema importância para a construção da cidadania.

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